O livro impresso ainda resiste

Foto por Pixabay em Pexels.com

Por Jônatas Junqueira de Mello *

“Desesperar jamais. Aprendemos muito nestes anos” – Ivan Lins.

Introdução – necessário retorno ao passado

Quando o jornalista, escritor e professor Djair Galvão me convidou para escrever algumas linhas sobre o atual e futuro cenário do livro impresso, mal sabia ele que estava a cumprir o papel de “meu analista”. Isso porque, apesar da modesta trajetória profissional como revisor e editor de livros jurídicos para estudantes, profissionais e concursandos, o amigo não imaginou que eu poderia também expor as minhas próprias agruras no meio editorial. Não por acaso, em vez de priorizar o texto com dados estatísticos sobre o setor, por entender que a grande mídia nos informa com frequência quase diária, “aos quatro ventos”[1], acerca da crise do mercado livreiro, proponho-me primeiro a discorrer sobre o meu passado e como me inseri no contexto do livro impresso e das mudanças trazidas pelas plataformas digitais. Ao final, após esse resgate, algumas considerações bem pouco arriscadas sobre o porvir. Como o escritor, tradutor e editor Claudio Giordano disse certa vez, “continuo achando que falta olhar para trás para entender o que nós somos, porque somos realmente parte daquilo que vem acontecendo. Bom ou não, isso é que tem que ser analisado, para a gente acrescentar, para a gente corrigir, seja o que for”[2]. Então, ao passado!

Outros tempos – os livros batiam à porta

Nasci em 1968, “o ano que não terminou”, o que me remete à obra homônima de Zuenir Ventura, jornalista de raro talento, que a publicou em 1988. Aos 6 anos de idade, 1975, lembro-me de ter em casa, por insistência de minha mãe, algumas enciclopédias e volumes de coleções incompletas. Trópico – Enciclopédia Ilustrada em Cores (Livraria Martins Fontes S.A), Enciclopédia do Estudante, Ciência e Saúde, Ciência Abril, fascículos da Conhecer (todas da Editora Abril)e alguns volumes da obra de Monteiro Lobato, O Sítio do Pica-pau Amarelo (Editora Brasiliense), que costumava pedir emprestado à minha tia Teresa, moradora do bairro da Lapa.

Criado na periferia da Capital de São Paulo, lembro-me dos vendedores perambulando de porta em porta pela Vila Brasilândia, tentando oferecer, em suaves prestações, livros e coleções da época. Também era possível adquirir uma enciclopédia por meio das bancas de jornais. Mas o leitor precisava comprar os vários fascículos, vendidos semanal ou quinzenalmente, para depois encaderná-los em único volume. Trabalho hercúleo!

Detalhista e curioso in extremis, desde criança queria saber com precisão o que aquelas letras miúdas das embalagens alimentícias diziam exatamente sobre a composição das balas, dos chicletes, dos chocolates e dos refrigerantes. Nem as descrições nas tampinhas das garrafas escapavam do meu radar, como o antigo número de “CGC” – hoje CNPJ – e o endereço e nome dos fabricantes. Bulas de remédio, então, lia tudo do início ao fim! Nessa fase da infância, por causa de alguns livros que possuíamos, sonhei ser médico. Ledo engano do garoto.

Dada a afinidade que desenvolvi com línguas, decidi abraçar a área de humanas. Primeiro Letras (tradução). Acabei revisor de textos. Em 1993 trabalhei na Editora Siciliano, depois comprada pela Saraiva, onde também exerci a mesma profissão por quase 10 anos, até me tornar copidesque (preparador de originais) e, finalmente, ao terminar o curso de Direito, passei a exercer o cargo de editor. Vivenciei, ao todo, mais de 20 anos do mercado editorial jurídico. Editei inúmeras obras de advogados, juízes e promotores. Mas como nem tudo são flores, em 2013, descendo a ladeira de mãos dadas com a crise do meio editorial, na ocasião sob a ameaça das plataformas digitais, da pirataria sem precedentes na internet e talvez porque a minha editora tenha dado um passo maior do que a perna durante um período econômico do País então desfavorável, recebi a notícia da minha demissão.

Bizarrices governamentais, a decadência das grandes livrarias e os “novos” livreiros do passado

De lá pra cá, ainda mais com o atual “desgoverno”, que pretendeu tributar o livro em 12%, sob o argumento de que “famílias com renda de até dois salários-mínimos não consomem livros não didáticos” e “a maior parte desses livros é consumida pelas famílias com renda superior a dez salários mínimos”[3], privilegiou-se, em contrapartida, o culto a uma distorcida “liberdade” a favor, por exemplo, do uso da violência mediante a bizarra edição de decretos para a posse, a compra, o registro e a não tributação de armas de fogo, como revólveres e pistolas. No último caso, alusivo a tributação, o Executivo visou a aplicação de alíquota zero sobre o imposto para a importação de armas, que antes era de 20%. Até a data deste artigo, o julgamento relativo a 14 ações pertinentes às referidas matérias ainda não havia sido concluído[4].

Ainda que sejam muito tímidas ou inoperantes as políticas públicas atuais em educação, ciência e cultura – vide o negacionismo do governo frente à vacinação contra o Covid e o abismo em que nos metemos em função da “vilanização” da cultura, haja vista, neste caso, o escancarado retrocesso e a inércia principalmente em órgãos como Fundação Palmares, Cinemateca Brasileira e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)[5] –, os pequenos livreiros, esquecidos no tempo, mas hoje de forma heroica, estão a buscar alternativas.

Verifica-se, hoje, o interesse de corajosos empreendedores de prospectar um nicho de mercado bem específico, por isso a iniciativa de trabalharem com catálogos pequenos, “bem selecionados”, e de adotarem a estratégia têté-à-têté com leitores que ainda privilegiam estar numa livraria física para folhear uma obra, seja por interesse próprio, seja por recomendação do próprio livreiro, que deve, necessariamente, conhecer o universo das publicações[6].

Os “novos” atores do mercado livreiro, ao que parece, consciente ou inconscientemente, de alguma forma ou de outra, (re)aprenderam algumas lições com Jason Epstein, que em 2001 havia ensinado o seguinte, logo no primeiro capítulo, “Sob o repuxo das ondas”, de sua obra, O negócio do livro:

O negócio da edição de livros é por natureza pequeno, descentralizado, improvisado, pessoal; mais bem desempenhado por pequenos grupos de pessoas com afinidades, devotadas ao seu ofício, zelosas de sua autonomia, sensíveis às necessidades dos escritores e aos diversos interesses dos leitores. Se o dinheiro fosse o principal objetivo, essas pessoas provavelmente teriam de ter escolhido outras carreiras. (…). Mas a maioria dos editores que conheci prefere, como eu, considerar-se um devoto de um ofício cuja recompensa é o ofício em si e não o seu valor em dinheiro (grifo nosso)[7].

Talvez essa seja, em parte, a explicação para os insucessos de grandes livrarias do passado, como Laselva (a Justiça decretou a falência em 5 de março de 2018), Saraiva e Cultura. As três livrarias optaram por um modelo de negócio abrangente, apoiado num mix de produtos, que eram expostos em shoppings centers (onde os altos custos operacionais só poderiam ser pagos por grande número de best sellers, mas a conta, com o tempo, passou a não fechar), aeroportos e na internet, a concorrer com gigantes de outros segmentos – no caso da Saraiva, sob pressão dos investidores da Bolsa, aventurou-se na área de eletrônicos, cursos e até mesmo turismo.

Para mim, as editoras, como pais descuidados, esqueceram-se dos verdadeiros filhos, os livros e leitores, pois eles, como visto, acabaram largados à própria sorte.

Mais atenção e carinho aos autores e… ao texto!

Na época em que trabalhei na editora Saraiva, funcionários, pequenos livreiros e autores pareciam pertencer a uma mesma família. Até hoje há autores que se comunicam comigo e se tornaram meus amigos. Como diz Jason Epstein:

Um exército regular vive em seus quartéis. Os exércitos de guerrilha vivem em meio às pessoas que os sustentam e por quem lutam. Assim também o fazem os editores”[8].

Quando a questão envolve “relacionamento com autor”, diferente do que tenho visto hoje como consultor, lembro-me de que nos áureos tempos não deixávamos um autor sem resposta a uma indagação ou pedido por mais do que 1 ou 2 dias, com exceção, é claro, dos autores best sellers, que costumam visitar e manter contato direto com a editora segundo a sua própria conveniência e oportunidade.

Outro ponto. Hoje dão pouca importância à revisão e preparação de originais, tanto em jornais quanto em determinadas editoras. Contenção de despesas. Lembro-me de que nossa equipe de revisores e copidesques recebia elogios expressos dos autores pelo nosso trabalho. De minha parte, tenho-os até hoje como “troféus”. De forma meticulosa, devíamos checar coesão e coerência textuais, gramática do português, padronização de tipologia e corpo em títulos e subtítulos (pesos), recuos e defesas de parágrafos (contato direto com diagramadores), confronto e numeração de índices (analítico, alfabético-remissivo e onomástico) e sumários, análise de capas, redação de orelhas e quarta capa e, após a impressão… rezar para que não tivesse passado nenhum “gato” (pequeno erro) ou algo mais “cabeludo”, como certa vez ocorreu na página 666 de uma obra da Editora Siciliano: “guerras intestinais” (!?), em vez de “guerras intestinas”.

Troféu “Miguel Reale”
Troféu “Pedro Vieira Mota”

E o livro digital? Ah, nem Bill Gates engole!

Robert Darnton, historiador, diretor da Biblioteca da Universidade Harvard e idealizador do programa Gutenberg-e, um projeto colaborativo de produção de livros eletrônicos acadêmicos na Internet da Columbia University Press e da American Historical Association, revelou a declaração surpreendente de Bill Gates, o poderoso dono da Microsoft, ao afirmar numa palestra que não tinha apreço pelas telas quando precisava ler conteúdos extensos:

Ler na tela ainda é uma experiência vastamente inferior à leitura em papel. Mesmo eu, que tenho telas caríssimas e gosto de me considerar um pioneiro do estilo de vida web, prefiro imprimir qualquer coisa que ultrapasse quatro ou cinco páginas. Assim posso carregar o texto comigo e fazer anotações. E a tecnologia ainda precisa avançar bastante para se igualar a esse nível de usabilidade[9].

Ora, nem mesmo o todo-poderoso “Bill” acolheu nos braços o livro digital. Então, como dizer que o livro impresso está para desaparecer? E a profecia de Marshall MacLuhan, filósofo e educador canadense, ao que tudo indica, também não irá se concretizar, pois, de 1962 para cá, há algum sinal de que muitos leitores quererem renunciar ao prazer da leitura tradicional?

Darnton retrata muito bem a diferença de patamar entre o livro impresso e o digital:

Pense no livro. Sua resistência é extraordinária. Desde a invenção do códice, por volta do nascimento de Cristo, provou-se uma máquina maravilhosa – excelente para transportar informação, cômodo para ser folheado, confortável para ser lido na cama, soberbo para armazenamento e incrivelmente resistente a danos. Não precisa de upgrades, downloads ou boots, não precisa ser acessado, conectado a circuitos ou extraído de redes. Seu design é um prazer para os olhos. Sua forma torna o ato de segurá-lo nas mãos um deleite. E sua conveniência fez dele a ferramenta básica do saber por milhares de anos, mesmo quando precisava ser desenrolado para ser lido (na forma de rolos de papiro, diferentemente do códice, composto de folhas reunidas por encadernação) muito antes de Alexandre, o Grande, fundar a biblioteca de Alexandria em 332 a.C.”[10].

Na opinião do historiador americano, o interesse pela publicação eletrônica percorreu três estágios: “uma fase inicial de entusiasmo utópico, um período de desilusão e uma nova tendência que tende ao pragmatismo”. Em outras palavras, imaginou-se que diante dessa tecnologia os próprios leitores organizariam e filtrariam o conteúdo disponível, o que não se mostrou tão simples assim; depois, constatou-se que nem todos estariam dispostos a ler uma obra inteira numa tela de computador (apesar da evolução de hoje das telas sem reflexo, a exemplo das gerações evoluídas do leitor Kindle da Amazon); e, finalmente, por questões de espaço e celeridade, encarou-se a premência de disponibilizar conteúdo digital para determinados interesses públicos e privados, a fim de “suplementar” o livro tradicional ou qualquer conteúdo impresso, visto que se considerou expandir esse modus operandi a outras áreas, como o fez o Judiciário, com a digitalização de processos e implantação do processo digital; e as editoras e universidades, por exemplo, ao desenvolverem plataformas digitais, para que alunos e professores tivessem acesso a material de pesquisa fracionado ou na íntegra.

Nova estação – há futuro!

Sim! Há esperança por dias melhores a livreiros, editores, revisores, diagramadores, leitores, enfim, a toda a cadeia produtiva do livro.

Apesar das consequências catastróficas da pandemia por Covid-19, hoje em franca desaceleração graças à implementação – numa velocidade jamais vista na ciência – das vacinas e das medidas preventivas, como máscaras e isolamento social, o mercado livreiro mantém-se esperançoso e resiliente, como demonstra a pesquisa da GfK, a pedido da Associação Nacional de Livrarias – ANL, cujos dados, em resumo, são os seguintes:

Maio/2021 vs. maio/2020

✓ O volume de vendas cresceu 86% no ano acumulado, enquanto o preço médio caiu 2% e o faturamento cresceu 82%.

✓ O patamar de descontos sofreu aumento em maio e chegou a 19,2%, patamar superior aos 20,8% registrados no ano passado.

✓ Concurso Público e Literatura Estrangeira foram os gêneros com destaque positivo. Didáticos e Dicionários foram os negativos.

Junho/2021 vs. junho/2020

✓ O volume nas vendas cresceu 43% no ano acumulado, enquanto o preço médio caiu 6% e o faturamento cresceu 33%.

✓ O patamar de descontos sofreu aumento em junho e chegou a 22,2%, patamar superior aos 18,3% registrados no ano passado.

✓ Concurso Público e Literatura Estrangeira foram os gêneros com destaque positivo. Didáticos e Dicionários foram os negativos[11].

No entanto, o sinal de relativo fôlego no setor não nos permite esquecer da tamanha dificuldade que é possuir uma livraria ou editora no País. Segundo a ANL, em 2014 havia 3.095 livrarias no Brasil, ao passo que hoje temos 2.200. Os dados nada promissores foram notícia em outubro de 2021. Segundo o repórter Edison Veiga[12], perde-se uma livraria a cada três dias, e, apesar do cenário, alguns empreendedores, conforme indicamos anteriormente, resistem com pequenos estabelecimentos.

Na matéria, Bernardo Gurbanov, presidente da ANL, expõe com clareza o drama do setor, da formação de leitores e, por consequência, da baixa escolarização neste Brasil ainda tão desigual:

Temos um déficit gigantesco com relação ao número ideal que seria algo em torno de 20 mil livrarias. (…) A formação de leitores depende mais de adequadas políticas públicas nos âmbitos da educação e da cultura do que das ações da sociedade civil. (…) Lamentavelmente, os índices que medem o desempenho escolar e os hábitos de leitura demonstram que estamos diante de um enorme fracasso institucional no que diz respeito à formação de leitores. Uma verdadeira tragédia nacional. Soma-se a isso a histórica fratura social e econômica que sofre a sociedade brasileira, fruto da desigual distribuição de renda.

Ao relatar meu passado na carreira editorial, quis mostrar as adversidades, os encontros e desencontros, as conquistas e desilusões daqueles que, no âmbito de sua profissão, ao longo de sua vida, se apaixonaram e ainda se apaixonam por livros.

Quando se tem um grande amor, penso eu, cada pessoa deve amar o(a) outro(a) como bem entender, mas sem amarras ou “armadilhas digitais” (aplicativos para embelezamento facial ou cenários deslumbrantes de fundo – na verdade, fakes); portanto, como escreveu Roberto Freire, melhor que você “ame e dê vexame”.

Há casais que primeiro se entreolham, depois buscam, de alguma forma, se aproximar fisicamente e, enfim, ter o seu amor nas próprias mãos. A mesma coisa acredito com aqueles que amam os livros de bibliotecas e de livrarias ou até de sebos.

Quando trabalhava na Editora Saraiva em tempo integral, gosto de afirmar, tinha a noção de que editor é a combinação de maestro e arranjador, pois conduz o ritmo, disciplina os instrumentistas e emociona os fãs do compositor da música – os leitores.

Aliás, sob o ponto de vista do leitor, em se tratando de livro digital, o amor é à distância, não sendo possível, como no amor real e verdadeiro entre duas pessoas, tocar nem sentir as emoções recíprocas. A suposta emoção do início do “relacionamento” perde-se num piscar de olhos, pelo fato de que um certo alguém nunca esteve presente de “corpo e alma”.

Se o leitor chegou até aqui, permita-me concluir com esta composição de Luis Guedes e Thomas Roth, sabendo que somente Elis Regina, com sua iluminada voz, pôde dar vida a tão bela canção:

Nova esperança bate coração

Renascer cada dia com a luz da manhã

Despertar sem medo, enganar a dor

Disfarçar essa mágoa que anda solta no ar

Ter que acreditar no regresso da estação

Como o sol volta a brilhar, com as chuvas de verão

Ter que acreditar só pra ter razão

De sonhar mais uma vez

Nova esperança bate coração

Renascer cada dia com a luz da manhã

Semear a terra certo de colher

Da semente o fruto, depois descansar.


[1] Intencionalmente, pretendemos com a expressão “aos quatro ventos” nos referir à escritora Ana Maria Machado que, ao escrever a obra homônima, também explorou o sentimento de paixão daqueles que cultivam as letras e os livros.

[2] GIORDANO, Cláudio. Editando o editor. São Paulo: Edusp, 2003, p. 23.

[3] VEIGA, Edison. “Taxar livros é imoral e anticonstitucional”. DW. Disponível em https://www.dw.com/pt-br/taxar-livros-%C3%A9-imoral-e-anticonstitucional/a-57252043. Acesso em 21 nov. 2021.

[4] Nunes Marques suspende julgamento sobre controle de armas. Disponível em https://www.poder360.com.br/justica/nunes-marques-suspende-julgamento-sobre-controle-de-armas/. Acessado em 21 nov. 2021.

[5] Com críticas ao governo, setor cultural cobra novo Plano Nacional de Cultura. Agência Câmara de Notícias, 8 nov. 2021. Disponível em https://www.camara.leg.br/noticias/825007-com-criticas-ao-governo-setor-cultural-cobra-novo-plano-nacional-de-cultura/. Acesso em 21 nov. 2021.

[6] Brasil perde uma livraria a cada três dias. DW. Disponível em https://www.dw.com/pt-br/brasil-perde-uma-livraria-a-cada-tr%C3%AAs-dias/a-59627398. Acesso em 28 out. 2021.

[7] EPSTEIN, Jason. O negócio do livro – passado, presente e futuro do mercado editorial. Rio de Janeiro: Record, 2002, p. 19.

[8] EPSTEIN, Jason. O negócio do livro, cit., p. 23.          

[9] DARNTON, Robert. A questão dos livros – passado, presente e futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 87.

[10] DARNTON, Robert. A questão dos livros, cit., p. 86.

[11] GfK Mercado Editorial. Associação Nacional de Livrarias – ANL (junho/2021). Disponível em https://www.anl.org.br/v1/mercado-maio-junho-de-2021/.

[12] Brasil perde uma livraria a cada três dias, cit. Acesso em 28 out. 2021.

* Jônatas Junqueira de Mello é advogado, tradutor, revisor e leitor apaixonado por livros impressos

16 comentários sobre “O livro impresso ainda resiste

  1. Jônatas que texto maravilhoso, concordo plenamente com você ter um livro impresso é como desfrutar de um presente aos poucos, é viajar sentado em uma poltrona, parabéns meu amigo me reconheci em vários trechos, pois tive várias coleções impressas e como era fantástico quando completava o último exemplar na estante. Hoje fico feliz pois minha filha ama livros e faz suas próprias coleções e me pede livros de capa dura. Tenho certeza que com toda tecnologia o prazer de carregar seu próprio livro nunca será substituído, orgulho-me de ter começado minha manhã com esse artigo que me remeteu a tempos tão felizes.

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    • Olá. Cristiane! Falo na condição de editor do site e reforço suas palavras: o Jônatas fez um texto primoroso, que remete a lembranças de todo leitor apaixonado por livros e tem no conhecimento seu horizonte. A maneira como ele conduz essas reminiscências realmente é marcante! Grato pelo comentário!

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  2. Os livros sempre farão parte da vida daqueles que querem crescer intelectualmente, sonhar, enfim conhecer bem mais além do seu cotidiano, embora atualmente o imediatismo da informação seja o verbo atual ditado pela internet, tudo nesta vida é ciclico, e seguramente este periodo de imediatismo será num futuro – estimo próximo – superado, e sem dúvida ainda permanecerão os bons livros resistirão a tudo.

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    • Caro Milton, eu também acredito nisso que o Jônatas destacou com propriedade – e riqueza de detalhes de quem conhece o mercado por dentro – acerca dos livros: existe um afeto por trás dessas histórias todas. Parabéns pelas palavras e grato pelo comentário!

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    • Caro Miltinho, apesar da distância, enorme prazer de reencontrá-lo. Nossas memórias do livro ultrapassam dimensões. Meu forte abraço!

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  3. Lindo e emocionante relato. Muito amor, dedicação e profissionalismo nas suas ações. O livro impresso sempre fará parte das nossas vidas . Parabéns..e acreditar nos nossos ideais e sonhos.

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    • Prezada Cecília, esses comentários são um convite à participação cada vez maior de pessoas como o Jônatas no debate sobre os livros e o mercado editorial. Ainda mais pela maneira como ele abordou essa temática tão cara a quem ama os livros. E você disse bem: tem amor envolvido nisso tudo! Abraços!

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    • Cecilinha, fico muito feliz por deixar-se “embalar” pelas histórias que acabo de contar. Em tempos tão acelerados, realizo-me pelo fato de você vir até aqui, com tanta gentileza, manifestar sua opinião. Verdadeiras amizades não têm preço! Beijo grande!

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  4. Caro “Júnior”, você falou (e “meteu” referência) de “tudo e mais um pouco”: má escolarização, o apelo inegável da internet (para o bem e para o mal), formato digital ainda em evolução e valor de capa cada vez maior. Bancas de jornais e revistas já praticamente desapareceram (quem ainda lê jornal e revista impressos ?). E acho que as livrarias seguem o mesmo caminho a curto/médio prazo. O preço do fracasso na Educação (com letra maiúscula) a gente já está pagando e a fatura veio com “patente”. E com o “ensino à distância” (que a pandemia ajudou a espalhar) aí sim, estamos mesmo “roubados”. Não temo pela “extinção” do livro impresso. Problema é que “leitor” será um artigo raro. “E agora, José ? O mar está secando…”.

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    • Estimado Renato! Como disse o presidente da ANL, enfrentamos “enorme fracasso institucional no que diz respeito à formação de leitores”. De nossa parte, “pais educadores”, façamos o possível para reverter o quadro. Em “terrae brasilis” os passos são de formiga. Difícil, mas temos de persistir! Meu sincero agradecimento por debater assunto de indiscutível importância. O futuro está em nossas mãos! Abraço!

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  5. Parabéns, Jonatas Mello. Lindo texto de uma pessoa com experiência alargada na editoração de livros, mostrando seu apreço e interesse ética em relação da um importante para todos da relacionamento dos livreiros tradicionais, da dedicação na elaboração da revisão e todos elementos de obras impressas.. O texto forma detalhada de forma o ambiente sinérgico, solidário e forma afável do relacionamento entre os livreiros e os autores. O mais importante é a sua percepção da frieza dos livros digitais. Valeu a pena a leitura. Queremos de volta a cultura dos livros físicos.

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    • Caríssimo Dr. José Rubens Morato Leite! Ilustre Professor Titular na Universidade Federal de Santa Catarina. Registro minha admiração! Autor renomado em Direito Ambiental. Agradeço pelos ensinamentos, pelo tratamento sempre respeitoso e afável e pela gentileza de sua análise. Feliz o editor que pode contar com Autor dessa magnitude. Receba meu cordial abraço!

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  6. Parabéns, Jônatas, pelo excelente texto!! Parabéns também pelo profissionalismo e pela gentileza de sempre. Me lembro bem de algumas passagens de sua narração… e de tudo que aprendi na Saraiva!!
    Que possamos “Renascer cada dia com a luz da manhã” – e sempre sempre sonhar acompanhados da esperança e do trabalho por um mundo melhor 🙏🏻
    Grande abraço e obrigada pelas palavras!

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    • Bom dia, Juliana! Vimos e vemos muitos livros nascerem. E como disse, aprendemos muito na Saraiva. Tenho ótimas lembranças de você. Uma ativista do bem! …Ah, e sua filha é linda, parabéns!
      “Ó, nem o tempo, amigo
      Nem a força bruta pode um sonho apagar”.
      A gente se vê por aí!!! Até!!!
      Abração!!!

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