
O educador Paulo Freire é, indiscutivelmente, um dos brasileiros mais influentes até hoje no mundo inteiro quando o assunto é Pedagogia. A passagem do centenário do seu nascimento, dia 19 de setembro de 2021, marca o início de uma série de comemorações que ocorre simultaneamente no Brasil e no exterior. Freire é um dos intelectuais mais citados em artigos acadêmicos no plano internacional pela importância da sua obra- que é objeto de estudo no Brasil e nas mais importantes universidades em todos os continentes.
A experiência freireana realizada em Angicos, no interior do Rio Grande do Norte no ano de 1963, foi o marco do que ficou conhecido como Método Paulo Freire de alfabetização, mas a presença dele como figura central de projetos de educação ao redor do mundo vai muito além da ‘descoberta’ da palavra e do despertar do processo de compreensão do código que leva ao chamado letramento. Sua principal contribuição para o pensamento e para a prática pedagógica tem a ver com o desenvolvimento de uma “educação libertadora”.
Em publicação recente aqui no site, fiz uma digressão na qual comparei momentos da vida e das carreiras de Paulo Freire e do escritor e jornalista português José Saramago sem, necessariamente, fazer uma ligação entre as obras de ambos, apenas relatando coincidências em seus universos de pensamento e formação (leia aqui o texto). Ambos trabalharam de forma concreta pelo acesso ao conhecimento de modo libertador. Uma frase de Freire no seu livro clássico Pedagogia do Oprimido, de 1968, resume bem esse aspecto: “
“Ninguém liberta ninguém,
ninguém se liberta sozinho:
os homens se libertam em comunhão”
A propósito da obra de Freire, muitas instituições no Brasil e no mundo se debruçam sobre o estudo dos seus escritos, suas conferências, livros e diversas intervenções produzidas por ele ao longo da carreira – aqui e durante o exílio ao qual a ditadura militar (1964-1985) forçou o educador a viver. Lá fora, disse inúmeras vezes, ninguém conseguia entender como “um cara que queria desenvolver uma forma de alfabetizar pessoas era considerado perigoso” (pelos militares então no poder). Claro, todo mundo sabia, mas o espanto era natural.
Entre homenagens e ações no mundo inteiro, Paulo Freire ganha impulso pelo estudo e compreensão de sua obra pelas novas gerações, o que se dará ao longo dos anos como personagem central de um coletivo de pensadores da educação voltado para abrir mentes e corações a um entendimento de mundo mais amplo, muito além dos grupos de WhatsApp (inexistentes nos tempos dele) e do conhecimento raso de redes sociais da atualidade.
Por isso e pelo conjunto da sua obra, ele permanecerá vivo para gerações que virão depois de nós.
A seguir, links para baixar e conhecer alguns dos livros mais importantes do educador (em PDF), disponibilizados pelo Sindicato dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul – Cepers: